Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore é o nome científico de uma espécie arbórea nativa da família Bignoniaceae, conhecida popularmente como Craibeira, Caraibeira, Caraíba, Caraúba ou Paratudo-do-campo, dependendo de cada região. Na língua Tupy recebe o nome de Carayba, que significa lenho forte e duro. Ocorre nas margens de rios temporários do Nordeste semiárido, integrando também a flora dos Cerrados e Cerradões de quase todo o Brasil. Árvore de grande porte atinge de 5 a 20m de altura. Possui fruto do tipo folículo, com sementes aladas, dispersas pelo vento. É de grande importância econômica por ser uma planta de múltiplas utilidades, tendo sua madeira de textura mediana e coloração bege claro, é utilizada na carpintaria, vigamentos, esquadrias, móveis, cabos de ferramentas, caixotaria, artigos esportivos (tacos de bilhar), tábuas para embarcação, construção civil, fins medicinais e serviços diversos.
Extremamente ornamental dispõe de uma abundante floração vistosa, é empregada na arborização urbana e rural pela sombra que pode proporcionar. Apresenta rápido crescimento, podendo ser indicada para reflorestamento, principalmente em matas ciliares, nas regiões de baixa pluviosidade como a nossa região.
Com inestimável valor estético, a Craibeira destaca-se na paisagem da Caatinga por sua beleza natural, principalmente na floração.
Na caatinga seca, quase todas as árvores perdem suas folhas, as craibeiras exibem o verde estonteante de suas copas, lá no alto. E a caatinga triste, estalando pelas queimaduras do tempo, a paisagem acinzentada tomando conta do mundo, vê nas craibeiras o anunciar da esperança do resistir. E ao contemplarem a tristeza da seca, trazem a esperança do renascer. Vão soltando suas folhas.
No ato dessa soltura, fazem brotar as flores. Flores amarelas. E quando todas as folhas descem ao chão, a copa se coroa toda de amarelo. Amarelo de vida no meio da caatinga triste acinzentada.
A sabedoria popular diz que “aonde nasce Craibeira, tem um olho d’água” ou “quando as craibeiras florescem bastante, significa que o próximo ano será bom de inverno”.
Devido à degradação ambiental provocada pelo homem, formações florestais associadas a cursos d’água, caracterizadas como áreas de preservação permanente são amplamente protegidas pela Legislação Ambiental Brasileira (Lei n. 4.771/65, alterada pela Lei n. 7.803/89) que estabelece exigências diferenciadas para a cobertura vegetal destinada a proteger nascentes, margens de rios, córregos, lagos e reservatórios de água.
A caatinga não é uma mata que não deu certo, degradada devido a desequilíbrios ambientais ou intervenções humanas. A Caatinga é o ecossistema cuidadosamente adaptado às condições de baixa e irregular precipitação com elevado índice de evapotranspiração. Diferente dos outros ecossistemas florestais úmidos, a Caatinga não apresenta defeitos, mas qualidades e a Craibeira é a expressão da diversidade e da riqueza de possibilidades da Natureza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário